Sobe para 87 o número de mortos no Grande Recife, vítimas das fortes chuvas e deslizamentos de barreira que ocorrem em todo o estado há uma semana. A primeira morte foi confirmada na quarta (25). Nesta segunda-feira (30), mais três corpos foram encontrados no Jardim Monte Verde, bairro no limite entre a capital e Jaboatão dos Guararapes.
O governo do estado não atualizou o total de desaparecidos, mas eram 56 até o domingo (29). Por volta das 7h20, o Corpo de Bombeiros informou que fazia buscas por ao menos 21 pessoas, sendo nove em Jardim Monte Verde; uma no Zumbi do Pacheco e duas em Bola de Ouro, em Jaboatão; duas no Centro de Camaragibe; seis no Barro e uma na Guabiraba, no Recife.
O estado também não atualizou, nesta segunda-feira (30), o número de desabrigados – eram mais de 3,9 mil até o domingo, principalmente nos municípios da Região Metropolitana e na Mata Norte.
Buscas
O Jardim Monte Verde é o principal ponto de buscas de desaparecidos. Só neste bairro, mais de 20 pessoas morreram soterradas e tiveram os corpos resgatados da lama. Entretanto, segundo o Corpo de Bombeiros, ainda há vítimas desaparecidas entre os escombros.
O Instituto de Medicina Legal (IML) chegou ao local para levar os corpos. No domingo (29), a sede do órgão ficou cheia de parentes de vítimas tentando liberar os corpos dos familiares para poder velar e enterrar as vítimas.
Uma das vítimas foi encontrada na região de Jardim Monte Verde conhecida como Capelinha, outro local crítico. Outras duas foram achadas noutro ponto do bairro. Esses últimos corpos foram indicados pelo cão farejador Fênix, um labrador do Corpo de Bombeiros.
“Achamos uma vítima e tem a possibilidade de ter mais três vítimas ou seis soterradas. As informações divergem. Em outro ponto foram encontradas duas vítimas que faltavam e provavelmente lá vai encerrar as operações”, afirmou o major João Paulo Ferreira da Costa, que comandou as buscas nas últimas 24 horas.
As buscas são feitas por moradores, pelo Exército e pelos bombeiros de Pernambuco e de outros estados, que enviaram efetivo para ajudar o estado em meio ao desastre.
De acordo com o superintendente da Defesa Civil de Jaboatão, Arthur Paiva, embora a chuva não esteja tão intensa quanto nos dias anteriores, ainda há riscos de desastres na região.
[O risco] é bastante alto. Essa área aqui, realmente, toda ela está totalmente afetada, a encosta está muito encharcada, as chuvas não pararam e há possibilidade de novos deslizamentos. Por isso, nós interditamos todas as casas de cima [da barreira]”, explicou.
FONTE: G1 PERNAMBUCO