A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) fez a primeira notificação de um caso suspeito de Monkeypox, doença conhecida como varíola dos macacos, no estado. Segundo o governo, o paciente, de 25 anos, mora em Guarulhos (SP) e veio visitar parentes em Paulista, na Região Metropolitana do Recife.
A notificação pelas autoridades de saúde foi feita na terça (5) e confirmada, por meio de nota, nesta quarta (6). Ainda de acordo com o governo, o paciente com o caso suspeito chegou a Pernambuco no dia 23 de junho.
Até o domingo (3), o Ministério da Saúde havia confirmado 76 casos de varíola dos macacos no país. As notificações foram registradas em seis estados e no Distrito Federal (DF).
Em junho, a Secretaria Estadual de Saúde emitiu nota técnica para os serviços de saúde sobre as diretrizes a serem adotadas para vigilância da doença.
Até esta quarta, conforme o governo, nenhum familiar do paciente tinha apresentado sintomas da doença.
Investigação
Ainda de acordo com o estado, a investigação epidemiológica constatou que o paciente teve contato com europeus em uma comemoração em São Paulo, onde mora.
A SES-PE disse, ainda, que, no dia 30 de junho, ele começou a apresentar quadro de febre, aumento dos linfonodos do pescoço, erupção cutânea, além de linfonodos inchados na região genital e virilha.
Diante disso, o paciente procurou atendimento na AHF Brasil – Clínica do Homem Recife, na segunda (4).
A AHF é uma unidade especializada em prevenção, diagnóstico e tratamento de IST, com foco no público masculino. A unidade atua em parceria com o Programa de IST/HIV/Aids, da SES-PE.
No serviço, foi realizado teste de triagem para detecção de sífilis, que apresentou resultado negativo, além da coleta de swab nasofaríngeo e esfregaço da lesão para análise e determinação de diagnóstico.
As amostras coletadas serão encaminhadas para o Laboratório de Enterovírus da Fiocruz/RJ, referência para o diagnóstico da Monkeypox.
“O Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE) também realizará investigação para detecção de outras doenças (arboviroses, exantemáticas, enterovirus, vírus respiratórios clamídia”, informou a SES-PE.
Ainda de acordo com informações do estado, o paciente apresenta quadro de saúde considerado estável e está em isolamento domiciliar.
Secretaria também realizou a notificação do caso ao Ministério da Saúde (MS) e monitora o caso junto à Secretaria Municipal de Saúde de Paulista.
O município faz o acompanhamento, coleta de exames complementares e a vigilância dos contatos próximos.
Apesar do nome, a doença viral não tem origem nos macacos, apenas foi identificada pela primeira vez nesses animais. A transmissão pode ocorrer através do contato com animal ou humano infectado.
O contágio entre humanos ocorre por meio do contato direto com secreções respiratórias, lesões na pele ou fluidos corporais de uma pessoa infectada, ou a partir do contato com superfície ou objetos recentemente contaminados.
Veja formas de transmissão
- Por contato com o vírus: com um animal, pessoa ou materiais infectados, incluindo através de mordidas e arranhões de animais, manuseio de caça selvagem ou pelo uso de produtos feitos de animais infectados. Ainda não se sabe qual animal mantém o vírus na natureza, embora os roedores africanos sejam suspeitos de desempenhar um papel na transmissão da varíola às pessoas.
- De pessoa para pessoa: pelo contato direto com fluidos corporais como sangue e pus, secreções respiratórias ou feridas de uma pessoa infectada, durante o contato íntimo – inclusive durante o sexo – e ao beijar, abraçar ou tocar partes do corpo com feridas causadas pela doença. Ainda não se sabe se a varíola do macaco pode se espalhar através do sêmen ou fluidos vaginais.
- Por materiais contaminados que tocaram fluidos corporais ou feridas, como roupas ou lençóis;
- Da mãe para o feto através da placenta;
- Da mãe para o bebê durante ou após o parto, pelo contato pele a pele;
- Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infecciosas, o que significa que o vírus pode se espalhar pela saliva.
Conheça os sintomas
Os principais sintomas da varíola dos macacos são:
- febre
- dor de cabeça
- dores musculares
- dor nas costas
- gânglios (linfonodos) inchados
- calafrios
- exaustão
Como se proteger
O uso de máscaras, distanciamento e a higienização das mãos são formas de evitar o contágio pela varíola dos macacos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça a adoção dessas medidas, frisando que elas também servem para proteger contra a Covid-19.