Investigação fez o cruzamento de vários inquéritos que tramitam no STF.
Por César Tralli,
A espinha dorsal da operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira (8) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-ministros e ex-assessores dele investigados por tentar dar um golpe foi o inquérito das milícias digitais.
Segundo a Polícia Federal, a operação de hoje é resultado do cruzamento de vários inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal.
A investigação aponta que a denominada milícia digital reverberou e amplificou por multicanais a ideia de que as eleições presidenciais foram fraudadas, estimulando seus seguidores a “resistirem” na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para uma intervenção federal comandada pelas forças militares. E sob o pretexto de aturarem como uma espécie de “poder moderador”.
O grupo investigado utilizava o modus operandi desenvolvido pelo denominado “gabinete do ódio” para propagar a ideia de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico de votação do país.
Ainda de acordo com as investigações que fundamentaram a operação policial desta quinta, os suspeitos se articularam para construir e propagar a narrativa de fraude nas eleições de 2022, tendo como fundamento a disseminação falaciosa de “vulnerabilidades” do sistema eletrônico de votação.
Discurso reiterado pelos investigados desde 2018 e que persistiu mesmo após o resultado do segundo turno do pleito de 2022, de acordo com a PF.