Por Rose Maria
Repórter do blog de Tenório Cavalcanti
Quem passou domingo (12), pelas praias de São José da Coroa Grande encontrou jovens voluntários que estão engajados numa pesquisa inédita no Brasil. São biólogos e cientistas de oceanografia que desde abril do ano passado, viajam num motorhome (um ônibus com estrutura de uma residência sobre rodas) e que partiu numa expedição ambiental do Chuí, no Rio Grande do Sul, com destino ao Oiapoque, no Amapá.
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Os voluntários fazem parte da Organização Não-Governamental (ONG) Sea Shepherd Brasil, que existe no mundo há mais de 40 anos. Eles têm a missão de viajar por 17 Estados do país, mapeando a situação de pelo menos 300 praias do Litoral. A chefe da expedição, Mara Oliveira disse que em quase dez meses de viagem, o grupo já passou por 189 praias, ou seja, mais de 50% da meta estabelecida pela pesquisa.
A coordenadora da viagem observa que a situação ambiental não é semelhante às belezas naturais dessas áreas. “Mesmo nas praias inóspitas e desertas, encontramos muitos resíduos plásticos que são ameaças à vida marinha e do ser humano”, destaca, lembrando que é o caso da Praia de Gravatá, em São José da Coroa Grande, que apesar de ser pouco visitada pelos nativos e turistas, os voluntários colheram muitos resíduos plásticos.
Mara Oliveira disse que o objetivo da pesquisa feita em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade Pública de São Paulo (IOUSP) é levantar um perfil do lixo marinho pela costa brasileira, colhendo amostrar de micro plásticos, micro resíduos medindo de 1 a 5 milímetros, além da toxicidade da areia. Todo esse lixo é resultado da falta de consciência ecológica de banhistas, os quais consomem e deixam nas águas e areais das praias produtos conservados em embalagens plásticas.
Os pesquisadores focam na coleta desse material para um levantamento minucioso do que está sendo jogado nas praias. Com esse mapeamento científico, os cientistas querem impactar nas políticas públicas destinadas às indústrias de plásticos no Brasil. “A pesquisa é inédita e pioneira, porque sabemos, que esses resíduos se tornam com o tempo grãos minúsculos, sopinhas de plásticos que alimentam os animais marinhos. O consumo desses animais pelo homem desencadeia consequências graves à saúde pública”, alerta Mara Oliveira. Todo material coletado é enviado ao IOUSP, em São Paulo, para descobertas que pretendem mudar a cadeia de produtos fabricados, exclusivamente, com plásticos no Brasil e no mundo.
A ONG Sea Shepherd realiza a Expedição Ondas Limpas na Estrada com apoio financeiro da Odontoprev, considerada a maior empresa de seguro odontológico do país. O motorhome foi batizado de “Guardião da Costa”, com toda infraestrutura de uma residência para os seis voluntários. A Ong foi fundada em 1977 pelo capitão Paul Watson, que também participou da fundação do Greenpeace.
Nesta segunda-feira, dia 13, a expediçãchegou à Praia de Tamandaré, Litoral Sul do Estado. A pesquisa em Tamandaré será até a terça-feira, dia 14. No dia seguinte, os pesquisadores viajam à Ilha de Itamaracá, no Litoral Norte. A expectativa da equipe é encerrar a o trabalho de pesquisa no próximo mês de setembro, quando chegará ao Oiapoque, no Amapá. Até agora, os voluntários já percorreram mais de 9 mil quilômetros de estrada a bordo do Guardião da Costa.
Mara Oliveira recebeu a visita do secretário de Meio Ambiente de São José da Coroa Grande-Pe, Ivan Aguiar e falaram da importância da preservação da vida Marinha e do combate ao lixo no mar.
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MARA OLIVEIRA: (12) 9.9203.7551