POR BRUNO OLIVEIRA – MESTRE EM HISTÓRIA PELA UFPE….
Lula voltará em 2018! Essa afirmação já é uma certeza para os partidos que compõe a base do Governo Temer, e com essa certeza, eles não permitirão que isso aconteça. Esperar que Lula seja inviabilizado pela via judicial é um grande risco para eles, pode ser que outras condenações em primeira instância podem fortalecer ele cada vez mais, é o que chamo de efeito resiliência Lula. Assim, a base do Governo Temer já engatilhou mais um cartucho de reforma, agora o tiro será a Reforma Eleitoral.
Em entrevista exclusiva à Rádio Band News, no programa do maior torcedor do Governo Temer (Reinaldo Azevedo), Michel Temer foi questionado sobre o que ele acha de 2018, de forma direta e clara, apagou toda e qualquer pretensão de candidatura, mas disse que em 2018 tudo poderia ser diferente. Reinaldo Azevedo, aparentando ter ensaiado o discurso, afirmou: “Já não é o momento de acabarmos com o presidencialismo e nos tornarmos de fato parlamentarista?” Michel Temer respondendo a questão ensaiada disse: “Isso vamos tentar fazer até antes de outubro!”
Colocarei agora as minhas impressões: (1) Eleição no Brasil, não é regra; pensando historicamente, no Brasil a regra é ditadura, voto de cabresto e eleições fraudulentas; já eleição como símbolo máximo da democracia é uma simples exceção. (2) O golpe parlamentarista já foi tentado no Brasil, e quase efetivado em 1961, o que impedirá a plutocracia tentar mais uma vez?
Explicarei rapidamente um acontecimento passado, para que possamos entender a trama golpista desta vez. Em 1961, o Brasil passava por uma crise política, havia uma pregação do terror comunista; não tínhamos a TV Globo, mas tínhamos Carlos Lacerda com sua incrível oratória conservadora e golpistas. Lacerda anunciava em seu discurso na rádio que com a saída de Jânio – aquela mais estranha renúncia – , o Brasil de fato se tornaria comunista com Jango. A constituição em vigor na época não deixava dúvida, o sucesso legal era João Goulart, mas a plutocracia de antes não permitiria que este fato fosse consumado, rapidamente, manobraram uma mudança constitucional, transformando o Brasil em um regime democrático parlamentarista, com a simples intenção: diminuir o poder do presidente e frear as futuras reformas populares de Jango. Utilizado como simples expediente para resolver a crise, o parlamentarismo não durou muito tempo, logo o Brasil voltava a ser presidencialista.
Será que a plutocracia repetirá a dose? Será que não respeitará a soberania popular e romperá o calendário eleitoral, empurrando de goela a baixo uma reforma eleitoral sem o consentimento legal do povo? O medo do retorno do Lula, que agora não é mais o “Lulinha paz e amor”, mas o Lula que destroçará a plutocracia, que irá desfazer as reformas, e porá o Brasil mais uma vez nos trilhos da repartição do grande bolo com os aqueles que se encontram nas margens, levará a plutocracia chefiada por Temer ao a segunda fase do Golpe?
Uma colocação direta a você leitor: Você permitirá que isso aconteça? Que seus direitos sejam tolhidos em favor de um projeto de poder plutocrata? As reformas que são anunciadas como efeito modernizador para o Brasil, só aumentam o fosso social que ainda existe. Não podemos ficar de braços cruzados a espera que o STE ou o STF barre essa manobra, eles também fazem parte desta plutocracia, os três poderes comungam entre sí para limitar o acesso popular aos direitos, suas fatias do bolo são absurdas, são os primeiros a chegarem na festa e os últimos a saírem.
Corremos um sério risco que 2018 não exista, e que não possamos mais escolher nosso presidente, tudo isso por uma razão: Estão com medo do Lula!