Pernambuco está prestes a dar mais um passo estratégico rumo ao desenvolvimento econômico, acrescentando à sua matriz energética a operação de uma usina termelétrica de energia (UTE) à base de GNL (Gás Natural Liquefeito). O empreendimento, com investimento estimado de R$ 3 bilhões, será instalado na área do Complexo Industrial Portuário de Suape, e deverá gerar dois mil empregos, entre a construção e a operação. O projeto inclui ainda a instalação de um terminal de regaseificação em Suape, além da implantação de aproximadamente 8km de dutovias entre o terminal gás e a usina termoelétrica.
Estão à frente do empreendimento, a CH4 Energia – desenvolvedora de projetos no setor energético – em sociedade com a empresa norte americana New Fortress Energy, fundada em 2014 e, atualmente, com um valor de mercado estimado em U$ 7,38 bilhões. A empresa atua em países como Jamaica, Porto Rico, México e Nicarágua nos ramos de transporte de Gás Natural Liquefeito (GNL), infraestrutura, terminais de regaseificação, usinas de energia e soluções em pequena escala. Também desenvolve atualmente um terminal de GNL na Irlanda, para fornecimento a clientes industriais.
Em média, 30% do investimento deverá sair do empreendedor e 70% virá de bancos de fomento. A previsão é que a usina entre em operação em novembro deste ano, ocupando uma área de 16,5 hectares dentro do Complexo de Suape, onde já possui licença prévia emitida pela Agência de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH).
Em dezembro de 2020, o Governo de Pernambuco e a CH4 Energia assinaram Protocolo de Intenções para viabilização do empreendimento. A usina terá capacidade de geração de 1,3 GW – 30% mais que a hidrelétrica de Sobradinho – ao final da implantação do projeto, após realização de leilão de energia promovido pela Agencia Nacional de Energia Elétrica e Ministério de Minas e Energia, com previsão para ocorrer no primeiro semestre de 2021. Porém, com o acordo de compra e venda de energia, de longo prazo, fechado com a Petrobras para iniciar a operação de duas térmicas de 144MW cada, totalizando capacidade de geração de 288MW, o projeto já tem viabilidade inicial para implantação em sua totalidade.
A térmica será abastecida por navio regaseificador de GNL, com capacidade de 21 milhões de metros cúbicos por dia, no Cais de Múltiplos Usos. A previsão é que a usina consuma 2,5 milhões de metros cúbicos ao dia, potencial que pode ser duplicado futuramente. O excedente de GNL poderá atender à rede da Companhia de Gás de Pernambuco (Copergás), empresa detentora dos direitos de distribuição de gás no Estado.
“Com a instalação da termelétrica em Suape, o Governo de Pernambuco também viabiliza um grande terminal de regaseificação para o Estado, oferecendo gás com preços muito mais competitivos às indústrias locais”, enfatizou o governador Paulo Câmara. “E com a nova lei do gás, que já se encontra na Alepe, um contingente muito maior de empresas poderia migrar para o mercado livre e se beneficiar do novo terminal, gerando um impulso de expansões e novos empreendimentos no Estado”, acrescentou.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Geraldo Julio, destacou que o barateamento dos preços do gás em Pernambuco reduzirá os custos de produção, tornando as empresas locais mais competitivas. “Pernambuco aumentará expressivamente sua competitividade, graças a muita articulação e muito trabalho. Com a usina termelétrica, incluímos mais um elemento nesse pacote de infraestrutura do Estado, fortalecendo Pernambuco como um hub e aumentando consideravelmente a nossa competitividade nas últimas décadas”, afirmou.