As demandas do setor produtivo e dos microempreendedores do Sertão de São Francisco foram acolhidas, nesta terça-feira (7), por integrantes do projeto “Fala Pernambuco”. Em sua segunda edição, a iniciativa criada pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), em parceria com o Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), vem realizando escutas regionais para elencar as reivindicações do setor.
A ideia central é impulsionar a economia de cada região. Durante o processo de escuta, feito por videoconferência, os representantes do programa ouviram dos participantes as mais variadas demandas. Uma delas pede ajustes na Lei do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM). O apelo é para que haja uma revisão nas regras do Fundo partiu do prefeito de Cabrobó, Elioenai Dias, conhecido na região como Galego de Nanai.
O gestor solicitou à Alepe a desburocratização do acesso aos valores desse fundo. “O FEM é um valioso instrumento, no que se refere ao desenvolvimento das cidades, mas para obter êxito são necessários dinheiro e orçamento. A Alepe pode nos auxiliar na regulamentação e organização desse Fundo”, disse o prefeito.
Durante a reunião virtual, foi feita uma solicitação para que ações de comunicação, que visam incentivar o turismo no Sertão de São Francisco, fossem reforçadas como destino turístico e também como local de bons negócios. Participante do encontro, a empreendedora de Turismo Rural, Cynthia Clause, pediu “um novo olhar para a contratação de turismólogos por meio de concurso público municipal”. De acordo com ela, a intensão é “evitar que as políticas públicas do setor não fiquem ao sabor do vento, vindo a sofrer descontinuidade a cada troca de gestão”.
As demandas do setor do Agronegócio tiveram espaço no debate do “Fala Pernambuco”. Representado por Paulo Dantas, da Agrodan, uma das maiores exportadoras de manga do São Francisco, o empresário pediu a criação de um selo de inspeção estadual. O carimbo corresponde à certificação municipal para os produtos agropecuários de origem animal.
Segundo o presidente da Agrodan, alguns municípios e cooperativas já desenvolveram seu próprio selo, mas estão impedidos pela legislação de vender em todo o Estado. “A ideia é produzir uma versão estadual para livre comercialização dos produtos”, explicou o empresário.
Também foram tratadas demandas sobre a recuperação de estradas, a exemplo da PE-574, e de vias vicinais que, segundo os empresários, precisam de reforço na segurança pública nos polos comerciais. Os participantes abordaram, ainda, sobre a necessidade de investimento do setor industrial.
Para o presidente da Alepe, deputado Eriberto Medeiros (PP), o “Fala Pernambuco” é uma importante ferramenta de escuta das reais necessidades da população, principalmente, dos micros e pequenos empresários. “A contribuição da Alepe será importante para a construção de uma agenda coletiva, tendo o cidadão como principal ator. Esse projeto pode ajudar na retomada do crescimento no Estado, principalmente, no momento tão difícil que estamos vivendo”, disse o progressista.
*Roteiro*
No total, nove regiões serão contempladas pelo “Fala Pernambuco”, sendo três no Sertão, três no Agreste, duas na Zona da Mata e uma na Região Metropolitana do Recife. A primeira escuta foi realizada em Araripina, Sertão do Estado, no mês passado. As audiências estão programadas para acontecer semanalmente e servirão de base para a produção de uma agenda legislativa, visando a retomada da economia de Pernambuco.
Ao término do programa será produzido um documento com as principais reivindicações de cada região. O material será enviado aos governos federal e estadual, sob a coordenação da Consultoria Legislativa da Alepe e apoio do Sebrae.
Crédito da foto: Alepe/Comunicação