POR BRUNO DE OLIVEIRA
Uma semana um tanto trágica, tragédia que afeta não a todos, mas apenas uma grande parcela da sociedade, formada por trabalhadores simples, honestos e que todas as manhãs saem cedo para trabalhar e esperam no final do mês seus vencimentos relativos ao pagamento de sua força de trabalho. Essa classe a que pertenço e que acredito que a grande maioria dos leitores também pertença, sofreu grandes ataques, foram golpes em pontos vitais, golpes que fragilizam a estrutura orgânica da classe.
Três acontecimentos golpearam a classe trabalhadora: (1) a aprovação e sanção da Reforma Trabalhista; (2) a condenação em primeira instância do Lula; (3) a negação do relatório que pedia a abertura de inquérito contra o presidente (“p” minúsculo) Michel Temer. Esses três acontecimentos estão totalmente vinculados, são frutos de ações coordenadas pelos três poderes, que a tempo no Brasil negam a constituição e o estado de direito.
O estado de Bem-Estar Social sofre ataques, a uma completa negação aos direitos básicos garantido pela Constituição Cidadã, enxertam nela emendas que desconfiguram suas pretensões iniciais. Vale lembrar que não é apenas a continuação que está sendo desrespeitada, o devido processo legal não é observado na República de Curitiba, o juiz Sergio Moro, herói de alguns que não percebem ou não querem perceber sua parcialidade, edita sentenças que na verdade são peças de auto-defesa, pouco atenta a provas factuais; a sentença condenatória do presidente Lula, não apresenta fatos, mas está repleta de convicções: (1) não há documento probatório que vincule Lula ao Triplex, mas a convicção dos procuradores valeu; (2) não há conta com recebimento de dinheiro, fato que comprovaria a acusação de corrupção passiva, mas Moro garante que Lula recebeu, não sabe como, mas acredita que recebeu.
Estamos em um estado de exceção! Quem a elementos probatórios de culpabilidade, este está livre, fato me referindo aos senhores Loures, Temer, Aécio, Geddel e outros desta quadrilha. O sentimento de justiça é seletivo no Brasil, preso só vai quem é petista, pobre e negro.
A condenação sem prova factual impetrada pelo Sergio Moro contra Lula é uma peça política, lembrado que se trata de uma peça de má qualidade. Não acredito que há pretensões políticas diretas do senhor Moro, mas ele opera como peça fundamental neste atual tabuleiro político, e saibam, Moro não é movimentado por forças políticas de Brasília, ele obedece a um contexto bem mais complexo, que imbricam em relações econômicas e políticas internas e externas.
Agora, nos trabalhadores, estamos à deriva, sem direitos trabalhistas (a CLT morreu), com uma referência que será sangrada até 2018 (Lula) e com um congresso completamente voltado aos seus mais mesquinhos interesses. E agora José?
NÃO É O MOMENTO DE DEIXAR A VAIDADE DE LADO JOSÉ?
A vaidade e o orgulho de alguns podem agravar mais a situação dos trabalhadores brasileiros. Não seria o momento para o PT refletir sobre suas pretensões para 2018? Hoje, em todos os cenários Lula ganharia, bateria qualquer um candidato que o desafiasse em um pleito, mas isso é garantidor que em 2018 isso continuará sendo realidade?
Penso, em minhas frágeises reflexões, que o PT, para o bem comum, deveria se abster da composição da chapa majoritária, buscar um nome novo, com uma história de gestão pública ilibada, que conhecesse o congresso e tivesse capacidade de renovar as esperanças do Brasil. Lula foi e continuará sendo o grande estadista, respeitado dentro e fora do pais, uma referência de governo para os mais pobres. Não temos tempo para vaidades e tomadas de decisões com o estomago, isso não fará bem ao Brasil.
Seria mais inteligente que Lula se dedicasse a manutenção de sua imagem, e com a respeitabilidade que tem com as massas e o credito que ela lhe devolve, construir neste curto tempo, um nome para representar o interesse da classe mais pobre e que tenha coragem de combater a plutocracia brasileira.
Será que vai José?