Agora, todos os sábados, teremos uma análises dos principais temas políticos da semana
Por Bruno Oliveira – Mestre em História pela ufpe
Pernambuco com sua tradição da monocultura, em especial na zona da mata, seus elementos significantes como as antigas casas-grandes, engenhos e velhos arruados onde os trabalhadores da cana-de-açúcar era sorrateiramente explorado pelos mais poderosos, ainda guarda em sua história presente elementos de exploração política caudilhesca. Grandes famílias ainda dominam o cenário político da região. Podemos começar a citar os Campos, que hoje dominam (dominância em decadência) atrelada a sigla do PSB a política pernambucana, seu símbolo maior, o Governador Paulo Câmara não passa de um elemento ilustrativo de referência de poder, quando na verdade, são os Campos, aliás, a Senhora Campos que domina e dá as cartas em Pernambuco.
Alguns outros caudilhos surgem nos interiores, com muito carisma, associados a imagem de bons gestores, bem articulados politicamente, com acesso fácil ao Governo do Estado, com ligações em Brasília por meio de deputados e assessores parlamentares, governam aparentemente para o povo. Suas gestões são marcas de populistas, gostam de fotos, rádios e quando dá, gostam de se ver nas telas de TV’s.
Os mais pobres são interessantes para eles apenas quando suas ações em pró os mais desfavorecidos lhe promoverão votos e mais carisma. Governam em meio a um simulacro de benefícios sociais, quando na verdade, suas ações caudilhescas escondem ações corruptas e enriquecimentos ilícitos.
Mandatos são molas propulsoras para a riqueza e abastança em terras. O seu modus operante parece não ter mudado com o tempo. Ainda utilizam do capital público para financiar seus empreendimentos latifundiários privados, seja investimentos em compra de terras para cana-de-açúcar ou para criação bovina, geralmente, tem sido mais interessante o investimentos em fazendas, porque de fato, a cana-de-açúcar empreende um grande gasto com trabalhadores, e isso é tudo que os caudilhos regionais não querem.
Pernambuco padece deste mal, olhamos para um horizonte e o que vemos como solução é outro caudilho, agora um caudilho com uma voz mais empoderada, com uma barba bem feita no modelo dos velhos coronéis.