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Política ou politicagem? A escolha está nas mãos do povo
Em tempos de campanha, discursos inflamados e promessas se multiplicam. Uns se agarram ao que já fizeram, esquecendo-se de mencionar o que deixaram de fazer. Outros, sem qualquer histórico administrativo, tentam impulsionar suas candidaturas apontando falhas da gestão atual.
Um presente que tenta acertar e um futuro incerto na mão de quem já Administrou e não trouxe mudanças significativas, política não pode ser um jogo de malabarismo – ela exige gestão séria, planejamento e compromisso com o coletivo.
Infelizmente, a política municipal muitas vezes é refém de interesses mesquinhos e individuais. O jogo da oposição, em muitos casos, não se baseia em propostas concretas, mas na torcida pelo fracasso do governo vigente – um ambiente perfeito para que surja o “salvador da pátria”.
Mas até quando o eleitorado cairá nas mesmas promessas vazias? As pegadinhas do Faustão podem até ser engraçadas, mas e as da política local? São piadas ou apenas reflexos de um povo que “dança conforme a música”?
Política não pode ser reduzida a brigas partidárias. Se ela não for coletiva, social e voltada às reais necessidades da população, simplesmente não é política – é barganha. Como jornalista e eterno aprendiz, escrevo sem medo para o meu povo. A política precisa ser discutida nas ruas, nos becos, nos debates públicos, sem temor de represálias. O verdadeiro receio deveria ser o de não haver um público disposto a ouvir e refletir sobre essas questões.
O ex-presidente francês Charles de Gaulle dizia que “a política é um assunto sério demais para ser deixado apenas para os políticos”. E ele estava certo. Para entender o presente, é fundamental conhecer a história e as ideologias políticas que moldaram nossa sociedade. Filósofos como Georg Hegel e Karl Marx explicaram que as ideias políticas evoluem conforme as mudanças sociais e institucionais. Afinal, como disse Marx, “os filósofos apenas interpretaram o mundo, a questão, porém, é transformá-lo”.
Na política interiorana, o debate ainda se confunde com ataques pessoais. Eleitores defendem seus candidatos como se fossem torcidas organizadas – e, em alguns casos, até com violência. Pneus de carros de propaganda furados, combustível roubado de veículos de som e discussões que beiram o confronto físico mostram o quanto ainda falta maturidade política. Para muitos, discutir política significa simplesmente difamar adversários.
No entanto, o eleitor precisa ir além e se questionar:
Por que a gestão passada foi melhor ou pior?
Quais dificuldades a atual administração enfrenta?
Quais políticas têm funcionado e quais não?
Qual o impacto das ações dos governos estadual e federal na cidade?
Quem são os deputados eleitos? Eles estão enviando recursos para o município?
Essas perguntas são essenciais para que a política seja debatida com responsabilidade. O jogo político não pode ser pautado apenas pelo embate local, mas deve considerar o cenário estadual e federal, a economia, o impacto das decisões monetárias e o papel dos representantes eleitos em todas as esferas.
Por isso, convido você, leitor, a refletir sobre política sem agressões e sem paixões cegas. Vamos debater, pelo menos por 30 minutos, com argumentos, sem transformar adversários em inimigos. Como disse Confúcio: “Se desejares o bem, o povo será bom”.
Blog Tenório Cavalcanti